Um dia os motoristas pensaram:
"E se a gente voltar a parar tudo na cidade?"
Talvez tenha começado assim o primeiro pensamento que desencadeou na paralisação dos rodoviários que literalmente parou a cidade ontem.
O que fazer quando a sua insatisfação só pode ter chance de ter visibilidade se prejudicar inocentes?
Os rodoviários decidiram ir em frente e sacrificar toda a população manauense por horas. A cidade, completamente parada, presenciava a influência que cada instituição tem dentro da sociedade.
Foi uma ação em cadeia. Todos os telejornais da cidade noticiaram o trânsito que ficou ainda mais congestionado que de costume.
Ônibus depredados, revolta e jogo de interesses.
Qual será a raiz disso tudo?
A verdade é que o transporte de Manaus já não é bom (bom não! Aceitável, diga-se de passagem) há muito tempo. A população sofre todos os dias ao se sentir involuntariamente como uma sardinha gorda enlatada.
Em contrapartida, os rodoviários, que não são os profissionais que melhores têm condições de trabalho, precisam expressar a indignação que se acumula há tempos com o falta de atenção para com a categoria.
A hastag #GreveManaus foi parar no Trending Topics (aquele ranking com os assuntos mais comentados naquele momento no Twitter).
Nem que seja por causa de um problema que parou a cidade, Manaus utiliza a ferramenta para transformar a comunicação manauense em relação ao Mundo.
Com certeza, os jogos de intereses vão continuar. Espera-se que não sofram muitas represálias. Afinal de contas, a liberdade de expressão tem que ser muito mais do que um termo escrito nos livros de Comunicação e Sociologia.
Talvez, nesses mesmos livros, algum dos rodoviários insatisfeitos tenham lido sobre visibilidade e revolução social.
AV. Djalma Batista (uma das principais da cidade) 2 horas após o término da greve.
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